terça-feira, 21 de abril de 2020

A insensatez dos idiotas – Por Sandro Leonel

Colunista escreve semanalmente no Revista Cariri

O mundo não será o mesmo depois da COVID-19, essa é a frase mais reproduzida do momento, quando se refere as perspectivas do pós COVID-19. Se o mundo será melhor ou pior é previsão de risco, feito por sonhadores ou desejo individual ou coletivo de uma manada sem rumo. A tentativa feita por qualquer um de salvar o planeta dessa exuberância visceral do materialismo em prol do sucesso implica na destruição do modelo de sociedade que temos e passa pelo processo de evolução de cada um, não adianta o desejo de mudança e de transformação sem mudar a si mesmo com pensamento altruísta.
Um fato certo e bem delineado é que a letalidade do COVID-19 não é alta quando comparada com outros vírus, mas é certo que sua capacidade de propagação é incomparável. É penoso perceber que ainda temos estultos defenderem a ideia de uma conspiração criada pela grande mídia, ou que é um plano orquestrado pela China para superar os Estados Unidos. Sabe-se que é uma pandemia proliferada por quem tem poder aquisitivo de médio para alto e se abundou devido o encurtamento das distâncias continentais permitidas pela evolução das tecnologias de locomoção. Se olharmos para a situação sem a mordaça da Casa Grande que propaga e reproduz sem piedade o desdém pela Senzala ou a estupidez de intelectualóides que afirmam ser uma alarde do capital, iremos perceber que a questão é séria e pode provocar a maior tragédia humanitária da saúde já vista em todo o mundo. Os números da proliferação crescem de forma exponencial. No alvorecer do dia 04 de abril de 2020 temos números assustadores com um total de casos confirmados no mundo de 1.100.283 casos e uma letalidade de 58.929, Isso significa que quando você estiver captando essa informação esse número deve ter subido uns 10%.
Se observarmos a lista dos 3 primeiros países com maior número de casos iremos perceber que a cada dia cresce o número de óbitos. Estados Unidos 277.457 casos com 7.137 óbitos, Itália 119.827 casos e 14.681 óbitos e Espanha 119.199 caos e 11.198 óbitos. Quando observamos o mundo subdesenvolvido os números de casos confirmados são menores, mas a letalidade assusta inclusive na África aquele continente das insanidades promovidas pelo ocidente na famigerada colonização. No continente africano a letalidade é acima dos 8% e aqui no Brasil onde um asno é o chefe do executivo a expansão aumenta a cada dia. (Brasil: casos confirmados 9.216 e 365 óbitos e em franca expansão) O governo bate cabeça toda hora e promove o que é de costume espalhar mentiras. A “salvação” está no Ministro da Saúde que parece mudou de opinião de um passado recente. É isso mesmo o senhor Ministro H. Mandetta, que foi dirigente de plano de saúde, combateu de forma visceral o mais médicos, apoiou de forma patente Bolsonaro e a famílicia, acordou com o pacote neoliberal do Paulo Guedes e concordou com o teto de gastos cortando verbas da saúde e por várias vezes uivou por todo lado que o SUS era um estorvo para o Estado. Que bom que aparentemente mudou de opinião agora até nas entrevistas veste jaleco do SUS e propaga que as Universidades Públicas e Hospitais Públicos são fundamentais. A ciência nos permite a esperança, existe uma possibilidade, pois temos bons números de cura no mundo, já passam de 160 mil curados.
Do outro lado observamos pessoas como o CEO do Girafas, o sócio proprietário do Madeiro (aquele sócio do Luciano Huck, o judeu que defendia ou defende o fascismo), Smart Fit, Centauro, Roberto Justus entre tantos outros. Defendem a volta ao trabalho através do discurso de assédio moral de seus gerentes, que se deslocam para o trabalho de carro e os trabalhadores apunhados no transporte público de baixíssima qualidade não se pode esquecer. Se morrer uns poucos velhinhos é um sacrifício para a maioria que vai viver e o mercado vai escapar e todos terão emprego depois. É bom lembrar que várias pessoas fora do grupo de risco já faleceram mundo afora. Na política não podemos esquecer o Partido Novo do João Amoedo que através do deputado Alexis Fonteyne que tem uma fortuna de R$ 28 milhões e não abriu mão do auxílio moradia de R$3.500,00. O mesmo deputado é contra taxar bancos e grandes empresários. Sabe qual solução ele deu para a crise? Reduzir em 50% o salário dos servidores públicos é isso mesmo o Partido Novo que de novo nem o nome tem. A parvulez dessa escória chamada de ricos “elite” do Brasil, está mais para uma malta de vermes à espera do fim dos benefícios dos menos favorecidos para confirmarem seu desejo de volta a escravidão. Gritam por democracia, aquela que o General Newton Cruz propagava durante a ditadura militar. Os mensageiros do inferno tão bem representados pela malta dos mercadores da fé que pululam apedeutismo aos mais pobres e iletrados.
É incrível perceber que essa “elite” chucra e tosca, defendida por biltres serviçais que promovem a desinformação em favor da miséria deseja que o país continue entregue aos ratos do pior esgoto do poder imaginável e sórdido. O discurso para acabar a corrupção é apenas aparente, pois a nossa corrupção é igual a uma herpes que vai e volta, mas nunca acaba com o tempo e é mantida por estes salteadores. Não podemos esperar nada do pós COVID-19, pois temos ainda uma boa parte da classe média e quase toda a “elite” que não sabe o que é empatia e jamais vai desejar promover um altruísmo na construção de uma sociedade igual e harmoniosa.
Por Sandro Leonel. Um kaririense inquieto
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri